sábado, 2 de fevereiro de 2008

Ainda o Regicídio

A propósito do centenário do regicídio, o deputado Pignatelli Queiroz propôs à Assembleia da República a aprovação de um voto de pesar lamentando a morte do rei D. Carlos, proposta que foi chumbada pelo PS, B(s)E e ainda pelo PCP.

Não li a proposta mas independentemente do texto de pesar ser aquele ou outro, penso que a AR devia ter emitido um voto de pesar pela morte do rei, mas não se iludam, não digo isto por ter simpatias monárquicas.

Como é possível justificar que se emitam votos de pesar por ex-deputados (por exemplo), certamente de grande mérito, e não se emita um voto de pesar por alguém que foi Chefe de Estado de Portugal? Não me interpretem mal, não estou a colocar em causa os votos de pesar feitos em homenagem aos que partiram, apenas acho que também D. Carlos era merecedor da mesma honra.

Também Jorge Perestrello, o mítico locutor que dizia “ripa na rapaqueca” teve direito a um voto de pesar da Assembleia da República.

Mas há mais exemplos. Arafat, um indivíduo que mentiu sobre o seu passado para alcançar poder, que apoiou actos de terrorismo, que desviou milhões de ajuda humanitária para o seu próprio bolso e que conseguiu por isso a proeza de se tornar a pessoa melhor sucedida financeiramente de toda a Palestina (a sua fortuna pessoal tornou-se das maiores do mundo) teve direito a um voto de pesar da Assembleia da República. D. Carlos não seria mais merecedor? Qual é o critério?

Mas enfim, ninguém liga, ninguém quer saber.