segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Gato Fedorento ou Nostradamus?

Há meses no Zé Carlos:




Ontem na TVI:



Priceless...

O Requerimento Desportivo II

Devido a condicionantes de vária ordem, expressão que sempre soa melhor que "coisas" apenas pude ver os 20 minutos finais do jogo de ontem. O que é particularmente lamentável, se for levado em conta o facto de na véspera ter assistido à primeira parte de um jogo entre duas equipas que têm muito em comum (para além de serem fraquinhas): estão falidas, jogam num estádio vazio e deprimente (honra seja feita ao relvado da Naval que é superior ao do WC), e lutam por um lugar tranquilo a meio da tabela. E acho que também equipam de verde.

Precisamente por não ter visto não posso comentar decentemente a imagem que o Lyon meteu no post abaixo (que de resto não mostra o campo todo), pelo que só me resta ir em busca de alguém que esclareça se houve ou não fora de jogo. Mas quem? O José Carlos Soares provavelmente é uma má escolha. A Bola provavelmente também não será uma boa escolha. O Professor Marcelo ainda não comentou no Blogue.

Como ninguém é reconhecido como isento, resta recorrer à opinião de alguém que claramente não é isento. Alguém que é tão pró-FCPorto como a Dica da Semana é pró-LIDL. Falo claro do Tribunal do Jogo. Se alguma coisa prejudicou o Porto os sujeitos que lá escrevem certamente não deixam passar. Vamos lá ver o que é que eles dizem:

Outros casos

22' O golo de Saviola é precedido de alguma irregularidade?

Jorge Coroado

+

No momento em que o passe é efectuado, havia um jogador do FC Porto a colocar Saviola em posição regular. A deslocação foi rápida, mas não existiu fora-de-jogo na jogada.

Rosa Santos

+

O lance é correcto, não há qualquer fora-de-jogo, pois está um jogador do FC Porto a colocar Saviola em jogo. Não me apercebi de qualquer falta na jogada anterior.

António Rola

+

No momento do passe, Saviola encontrava-se em posição legal. Mesmo na jogada anterior, não houve nenhuma situação de fora-de-jogo.


Volto a dizer que não vi o lance, mas se estes vice campeões do facciosismo (os campeões terão que ser a imitação de Presidente, o sujeito que palita os dentes no Dia Seguinte e o outro cartomante da RTPN) não acham nada de ilegal, é porque se calhar...não houve nada de ilegal.

Deixa lá Lyon, quanto aos óculos, há quem precise bem mais. Ia agora dizer quem mas tive uma ideia para outro post. A emissão segue dentro de instantes.

O Requerimento Desportivo

Ontem houve jogo grande. E daqueles porreiros para mim, onde ganhe quem ganhar, ou melhor, perda quem perder, fico sempre a ganhar. Por isso devia ser o único lá do sítio a ver o jogo descontraidamente. Talvez por isso, ou porque precise de óculos novos, fui o único a ver um alegado fora de jogo no golo do Benfas, que mais ninguém viu em 20 repetições. É que os moços da SportTV esmiuçaram o lance todo. Cada segundo foi parado, analisadas posições de jogadores para o fora de jogo, potenciais faltas, etc... menos no momento em que efectivamente podia haver dúvidas. E vá, isso tornou-se deveras irritante. E por mais que explicasse aos da casa a jogada das minhas dúvidas, toda a gente dizia que não. Mas acho que era um "não", de "não chateies".

Por isso, e porque preciso de saber se preciso de comprar óculos novos, e para os Srs da SportTV abrirem a porra dos olhos, o momento da jogada é este:

antes do passe de calcanhar para trás.

É assim tão difícil de ver?

sábado, 19 de dezembro de 2009

Continuando a saga dos WCs... O Prós e Contras da pequenada.

Na porta de um WC encontramos de tudo. Poesia, classificados, desabafos... debates. Debates? Não, essa é nova. Alguém aqui já viu um debate numa porta de WC? Não quis acreditar quando encontrei esta pérola, mas tive que a documentar, para a posteridade e para partilhar com os nossos leitores. Tanto que não tenho palavras. Só imagens.





 

 













Provavelmente é o debate mais atípico que alguma vez presenciei. Cheio de conteúdo e valiosa doutrina. Tão farto que nem poupa espaço na superfície da porta e importuna até a tranca, não lhe dando espaço para respirar. Algures na casa de banho masculina ao pé da biblioteca, para os mais curiosos.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

I´ve gotta a feeling, but it is not a very good one

Mas ainda bem que há quem acredite.



Vê se logo que são americanos. Que é que percebem de futebol?

[Actualizado]


E assim nasce uma bonita história de amor. Estou emocionado...

E só não vem o vinho porque...

Eu como bom lisboeta, estou-me nas tintas para o resto do país. O que pode parecer uma má atitude, mas tendo em conta que o resto do país está sempre contra Lisboa, a indiferença até é uma atitude mais louvável. E por indiferença entenda-se não ter nada contra nem nada propriamente a favor, e não desprezo, ou algo do género.

É por isso que notícias como o Red Bull Air Race sair do Porto para vir para Lisboa me deixam muito contente. Não que tenha uma predilecção especial por ver aviões a fazer o mesmo percurso vezes e vezes uns atrás dos outros. Nem por ser um evento Red Bull, que por sinal, já houve em Lisboa, bem antes da Air Race. É para poder disfrutar de todos os tripeiros furiosos a mandar vir, como se perdessem a sua razão de viver. O que me parece ser um disparate. Se o Norte anda com o país aos ombros, e em Lisboa se vive à custa do resto do país e não se trabalha, um evento como o Red Bull Air Race assenta que nem uma luva em Lisboa.

Será que no Porto se festeja o facto do Rock in Rio se ir embora de Lisboa e Portugal?

Resolução da Cimeira:

Os representantes dos países abandonaram a Cimeira, os protestantes ficaram sem razão para protestar, e tudo acabou bem. Os países pobres podem continuar a poluir por serem pobres, e os ricos para se manterem ricos.

E ainda bem, tava a ver que a coisa ia dar para o torto. Mas não. Felizmente, a solução apareceu a tempo.

Sendo assim, don´t worry, be happy!

Espírito Natalício

Pirataria: 13 piratas somalis libertados por nenhum pais aceitar julgá-los

Haia, 18 Dez (Lusa) - Treze piratas somalis capturados no início de Dezembro pela Marinha holandesa no Oceano Índico vão ser libertados, porque nenhum país aceitou processá-los, anunciou quinta-feira o Ministério holandês da Defesa.

"A União Europeia decidiu que a fragata Hr. Ms Evertsen deve deixar partir 13 piratas somalis capturados depois de terem tentado atacar um cargueiro com a ajuda de uma embarcação rápida no Sul de Omã", indicou o Ministério num comunicado.

"A União Europeia tentou em vão desde a sua prisão encontrar um país que aceite julgá-los", continua o comunicado que sublinha que a União Europeia, responsável no seio da missão Atalanta da entrega dos piratas, concluiu acordos com as Seychelles e o Quénia.

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/10470775.html

Porque é que não ficaram para passar o Natal connosco? Pelo menos davam-lhes uma prenda de Natal para levarem para casa ou assim. Já não sabem receber as pessoas...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Da rúbrica "pagar valores exorbitantes por uma refeição"

Hoje voltei a ter sorte de encontrar propaganda da Juventude Comunista Portuguesa. Falo de sorte porque estava meio aborrecido e os panfletos daquela malta divertem-me sempre.

O de hoje, entre outras verborreias dizia isto:

Ah malditos sejam detentores do grande capital! E malditos sejam também todos os outros partidos que não o PCP e o BE, já agora! A cobrarem-nos valores exorbitantes para comer nas cantinas universitárias!

Onde é que isto já se viu? Dois euros e 20 cêntimos por uma sopa, pão, prato, sumo à descrição, fruta e doce? Que raio de país terceiro mundista é este? Veja-se o cardápio desta semana na Cantina Velha:


Costeletas de porco, bife de vaca, stogonoff de peru, isso é lá comida que se apresente a quem estuda? Ainda por cima ao preço de 2,20 euros, que como se sabe é quase o preço de mercado de uma refeição em qualquer restaurante? Uma vergonha!

Avante, camarada avante! E o prato encherá para todos nós!

domingo, 13 de dezembro de 2009

E na rubrica "Literatura de porta de casa de banho"...

Há dias, o Christian do Corta, Cola, Bloga publicou um excerto poético de uma casa de banho da FDL. Achei piada à ideia, e sempre que encontro algum texto de wc digno de nota, tiro uma fotografia com o meu telemóvel merdoso. Eis a primeira





Direito é tratar aquilo que é igual de forma igual e o que é diferente de forma diferente.

Será isto Direito?

Será isto Justiça?

É caso P/A dizer que o Direito está para a Justiça C/O a Justiça está para o Direito!

FUCK THEM



Acho que o FUCK THEM diz tudo.

O Requerimento Pedagógico

Ora aqui está o motivo pelo qual todos se devem manter afastados dos jogos, nomeadamente apostas desportivas:


Jogo | Aposta | Resultado

Shit Happens!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ricardo Gonçalves ou "chamar-me palhaço, para mim, é sinal que tenho sentido de humor, sentido de humor é sinal de inteligência".




Uma imagem vale por mil palavras. Um vídeo vale por mil imagens.


BTW, a cara da Zézinha no frame está muito gira.

E na rubrica "O Requerimento é cor-de-rosa"...

José Sócrates e Fernanda Câncio separados?


Oito anos depois do início do namoro, o romance entre o primeiro-ministro José Sócrates e a jornalista Fernanda Câncio pode ter chegado ao fim. Segundo a revista 'Flash', os dois não têm sido vistos juntos nos últimos tempos e há muito que Sócrates deixou de frequentar a casa da namorada, onde chegou a viver.

Esta não é a primeira ruptura entre o mediático casal, mas, segundo a publicação terá apurado, parece ser mesmo definitiva.

Contactado pelo CM, o assessor de José Sócrates, Luís Bernardo, disse apenas que não estava 'autorizado a falar da vida pessoal' do primeiro-ministro. 'Não há comentários'.

in "Diário de Grande Prestígio"


Parece que Fernanda Câncio estava tão fartinha de ser apelidada de "namorada do PM", que nem esperou pela queda do governo, cortou o mal pela raiz! Depois de terem sido considerados improcedentes os seus recursos pelo plenário da CCPJ, Câncio jogou a ultima cartada para deixarem de lhe chamar "namorada do PM" - deixou de o ser. Fernanda, mulher valente, mesmo assim não sei se vais ter sucesso! Olha que o Diogo Infante nunca namorou com o Zé, e mesmo assim durante algum tempo foi apelidado de "namorado do PM", tu que realmente namoraste com ele ainda vais ter muito que gramar. Mas gostei da abordagem eficaz e da solução pragmática do problema.

Sondagens misteriosas: publicação de resultados e conseguintes comentários.

Quem gostaria que fosse o Presidente do Conselho Europeu , em vez de Herman Sem Lábios?


O Professor Charneca
2 (15%)
O Sucateiro de Ovar
1 (7%)
O Bruxo de Fafe
3 (23%)
A Dona Fernanda
4 (30%)
O Passos Coelho
0 (0%)
O Garcia Pereira
0 (0%)
O Presunto Fumado
3 (23%)


Parabéns à D. Fernanda. Realmente, debaixo daquele chapéu, atrás daquela bata e dentro daquela fardamenta, só podia estar um eminente, porém desconhecido, talento do direito comunit... perdão, da União Europeia. Nunca nos enganou, e a suposta reforma da D. Fernanda foi apenas uma fachada, na verdade transferiu-se para Bruxelas ou Estrasburgo.

E parece que no Requerimento, tal como na vida real, Passos Coelho e Garcia Pereira nunca hão de ganhar coisa nenhuma. Nem um simples sufrágio num blog rasco. Desprestigiante.



O Requerimento em associação com Rui Santos pergunta: qual devia ser o destino da viagem de finalistas?





Escuta.. vai mazé trabalhar ó...fazer algo de útil para a sociedade,




1 (9%)



Mordor, porque a vida lá é muito barata desde a queda do anel.




2 (18%)



Campo de Ourique, que o peditório da Tertúlia para o Ensino Superior não dá para mais.




1 (9%)



Badajoz.




1 (9%)



A qualquer uma das anteriores, porque não se corre o risco de
ouvir Bossa Nova.




2 (18%)



Ao Jumbo, porque diz que há lá presunto fumado do
bom a preço de amigo.




4 (36%)











E parece que a viagem de sonho seria ao Jumbo, em vez do Brasil. Diga-se que O Requerimento é muito mais competente em matéria de viagens de finalistas do que a AHAHFDL, e uma viagem ao Jumbo seria muito mais económica, segura, há descontinhos (então se os estudantes levarem cartão Jumbo, é uma alegria) e há presuntinho fumado em prestigiados fumeiros.

E foram estas as sondagens misteriosas!

Novidades, só mesmo no Continente.

O regulamento mudou! E esta, hein? Depois do célebre ano lectivo 2007/2008 em que contámos uns 7 ou 8 regulamentos num só ano, parece que a produção maciça de regulamentos de avaliação teima em não parar! Isto dá uma estabilidade do caralho, não dá? Só sou eu a achar esta sucessão imparável de regulamentos...





... wait for it...




ABSURDA?




Os alunos são prejudicados. Os docentes (pelo menos os assistentes e alguns regentes) são prejudicados. O nome da "nossa academia" como pomposamente lhe chama a AAFDL, o bom nome e algum prestigio que ainda resta à FDHell sai prejudicado. Ah pois sai, não tenham duvidas.

Logo, pergunto. Esta merda, que não tem outro nome, favorece a quem mesmo? Acho que até desfavorece o enigmático Pedro Múrias, o que é ridículo.

Das duas uma:

- Ou o Charneca e os Bares são um lobby muito maior do que eu pensava, pois esses saem favorecidos, os bares porque têm mais clientes em épocas de exames, e o Charneca porque vende mais sebentas e resumos a gente que passa mais tempo a ser avaliada do que a estudar, e que obviamente não tem tempo para ler todos os manuais dos Animais de Quinta e outros docentes;

- Ou andam a gozar com a cara do pessoal.



Isto de fazer experiências com Bolonha não é fazer experiências com esparguete. É fazer experiencias com a vida académica de centenas de pessoas. É bom que tenham noção disso.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Acordar em desacordar o Acordo

Embrenhado nos meandros do Processo (infelizmente, não o de Kafka), faço uma pequeníssima pausa no meu estudo para partilhar esta iniciativa, em relação ao Acordo Ortográfico (o qual nunca me caiu no goto).

«Ega, em suma, concordava. Do que ele principalmente se convencera, nesses estreitos anos de vida, era da inutilidade do todo o esforço. Não valia a pena dar um passo para alcançar coisa alguma na terra - porque tudo se resolve, como já ensinara o sábio do Eclesiastes, em desilusão e poeira.

- Se me dissessem que ali em baixo estava uma fortuna (…) à minha espera, (..) se eu para lá corresse, eu não apressava o passo… Não! Não saía deste passinho lento, prudente, correcto, seguro, que é o único que se deve ter na vida.

- Nem eu! - acudiu Carlos com uma convicção decisiva

E ambos retardaram o passo, descendo para a rampa de Santos, como se aquele fosse em verdade o caminho da vida, onde eles, certos de só encontrar ao fim desilusão e poeira, não devessem jamais avançar senão com lentidão e desdém.

(…)

- Espera! - exclamou Ega - Lá vem um «americano», ainda o apanhamos.

- Ainda o apanhamos! Os dois amigos lançaram o passo, largamente. E Carlos, que arrojara o charuto, ia dizendo na aragem fina e fria que lhes cortava a face:

- Que raiva ter esquecido o paiozinho! Enfim, acabou-se. Ao menos assentamos a teoria definitiva da existência. Com efeito, não vale a pena fazer um esforço, correr com ânsia para coisa alguma…

Ega, ao lado, ajuntava, ofegante, atirando as pernas magras:

- Nem para o amor, nem para a glória, nem para o dinheiro, nem para o poder…

A lanterna vermelha do «americano», ao longe, no escuro, parara. E foi em Carlos e em João da Ega uma esperança, outro esforço:

- Ainda o apanhamos!

- Ainda o apanhamos!

De novo a lanterna deslizou, e fugiu. Então, para apanhar o «americano», os dois amigos romperam a correr desesperadamente pela rampa de Santos e pelo Aterro, sob a primeira claridade do luar que subia.»

[in Os Maias, de Eça de Queirós]



” - Ainda o apanhamos!”*

Uma forma relativamente expedita para ainda podermos barrar o abominável disparate que é o Acordo Ortográfico seria a apresentação de uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos junto da Assembleia da República.

Tratar-se-ia, por conseguinte, de submeter à aprovação do Parlamento um documento legal, subscrito por um mínimo de 35.000 cidadãos, com a finalidade de suspender a entrada em vigor do dito Acordo Ortográfico.

Existe um único precedente deste preceito constitucional (ILC), levado a cabo (e com sucesso, por sinal) pela Ordem dos Arquitectos, em 2007 (ver documento em formato Word e notícia OA”).

Para tal, “apenas” haverá que mobilizar vontades, estabelecer contactos, juntar esforços, programar acções e finalmente… agir. Porém, desta vez, não basta simplesmente assinar uma qualquer petição e muito menos de qualquer forma. Há requisitos legais e formais específicos e procedimentos que só gente habilitada para o efeito poderá executar, nomeadamente quanto à redacção da referida Iniciativa Legislativa.

Não adianta agora para nada estar a “deitar contas à vida” e ao tempo perdido em campanhas inconsequentes, em iniciativas inúteis e em discussões estéreis. O tempo urge. Com a entrada em vigor do AO, em Portugal, já no próximo dia 1 de Janeiro, bem poderemos ficar eternamente a carpir mágoas - linguísticas ou outras - a respeito do assunto, que isso já de pouco ou de nada irá servir.

Mas, se calhar, quem sabe, poderá isto ser um último recurso, uma última réstia de esperança. Já sabemos que resta pouco, muito pouco tempo, mas ainda é algum.

Cabe a nós outros, que somos muitos, decidir o que fazer com aquele muito pouco e com aquela última réstia.

[nota: este texto segue assim mesmo, sem pormenores, sem floreados, sem estilo e sem mais coisíssima nenhuma que não a MAIOR URGÊNCIA.]

* Citação de “Os Maias”, de Eça de Queirós.



Este apelo foi enviado por email aos 22.738 subscritores da causa Facebook “Não Queremos o Acordo Ortográfico”.

“Então e agora?”, perguntam-me. Bem, então e agora… é esperar.

Mas esperemos que esperar… não muito.

O assunto já aqui tinha sido aflorado há algum tempo, em Setembro de 2008 e Agosto de 2009, e a sugestão da ILC, em concreto, foi relançada há apenas alguns dias através do Twitter, tendo até colhido alguma e de certa forma surpreendente receptividade.

Porém, e apesar de alguns apoios recebidos - por regra, de carácter informal -, e mesmo sabendo que a recolha das 35.000 assinaturas seria a menor das dificuldades e a tarefa de mais rápida execução, existe um obstáculo gigantesco, pelo menos na aparência: as “figuras públicas”, os grandes “tubarões” desta causa desapareceram todos, ausentando-se para parte incerta. Numa palavra, e pelos vistos, fugiram. Não que fizessem agora grande falta, de tal forma “meteram o pé na argola” pela forma desastrosa como conduziram o processo, mas isto para demonstrar como se torna difícil - para simples cidadãos anónimos - fazer seja o que for em prol do bem comum sem estarem, à uma, escorados (e bem) por Partidos e/ou organizações e ainda, às duas, escoltados por um nada módico esquadrão de figurões mediáticos.

Acresce que uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos não é a mesma coisa que uma simples Petição. Não basta empilhar assinaturas à matroca e entregá-las num qualquer “guichet” do Parlamento, é necessário validá-las todas, uma a uma, com os documentos legais e os dados necessários; não basta um ilustre e virtuoso redactor, é necessário constituir um ou mais do que um verdadeiro jurista; não basta dar umas entrevistas e ir a uns quantos debates soltar umas opiniões, não, pelo contrário, a coisa é séria, carece até de Sede constituída, de Comissão autorizada com 5 a 10 responsáveis, enfim, um ror de “maçadas” e exigências várias que se não coadunam com incompetências, amadorismos, tibiezas ou vedetismos.

Enfim, isto poderá parecer difícil, poderá estar mesmo difícil, mas não desistiremos, não, de todo!

Ao contrário de muitos que por aí andam. Na dita parte incerta.

Apdeites V2

Eu peço imensa desculpa a todos os apoiantes do Acordo, mas eu recuso-me a mudar a maneira como escrevo certas palavras só porque um acordo diz que devo. Simplesmente, mesmo que não tivesse mais que fazer, não vou fazer um reset a tudo o que aprendi e durante anos apliquei só porque sim. Aqui revejo-me nas palavras de Pessoa, quando diz que a ortografia é um fenómeno de cultura e que o Estado não tem o direito a compelir alguém a escrever numa ortografia que não aceita. A ortografia é um fenómeno que o Estado não deve controlar.
Por outro lado, também não defendo a linguagem estranha que a miudagem usa. Só que, tal como no séc XIX se escrevia de maneira diferente do que no séc XXI, não nego que no século XXIII se vá escrever de maneira diferente. E espero também que não seja o Estado a dita-lo, mas sim os portugueses em geral.

Eu não sou linguista nem coisa que se pareça, mas enquanto português e pessoa que escreve em Português de Portugal, tenho a minha opinião em relação a isto. Ei-la.

Um post que fala bastante de circo mas que resiste à tentação de usar o termo "palhaços"

Apesar da minha “maciça e indesbastável ignorância de bacharel” (que não me impede de trabalhar com isto das citações) vou dar a minha opinião sobre o caso de John Demjanjuk.
Evidentemente que não é por ter a provecta idade de 89 anos que é menos culpado por algo que tenha feito. Também parece evidente que os crimes de que é acusado não prescreveram e daí a necessidade de um julgamento. Não é isso que está aqui em causa.

O que está aqui em causa é saber se é razoável empurrar alguém (sim empurrar porque aparentemente o sujeito nem força tem para fazer andar a cadeira de rodas) que claramente está no final da vida de um lado do Atlântico para o outro. Não havia alternativas? Não poderia ter sido utilizada a teleconferência? E como é que os Estados Unidos permitem a extradição de um cidadão americano nestas condições? É claro que a alternativa tecnológica não seria tão espectacular como ver um homem totalmente acabado a ser arrastado para uma sala de audiências, mas sem dúvida que seria mais humano. É esse circo que não traz nada de bom a ninguém que penso que foi aqui condenado.

No entanto agora que o circo está montado, resta saber o que é que daqui vai sair. Pretende-se apenas apurar os factos? Isso faria sentido, até por uma questão de interesse histórico.Ou pretende-se uma condenação? Isso levantaria uma série de outras questões.Querem fazer deste julgamento um símbolo? Isso não é justiça, isso é utilizar um tribunal para mandar uma mensagem que deve ser em primeiro lugar política. Querem culpá-lo por todos os outros que conseguiram fugir ou que foram acolhidos por terem utilidade a quem os acolheu? Isso também não é justiça. E uma hipotética pena, serviria para quê? Para o fazer sofrer? Isso de justiça não tem nada, como já foi dito é vingança, com requintes de sadismo acrescento eu. Para ele se arrepender e tornar uma pessoa melhor? Duvido muito uma vez que é provável que John Demjanjuk nem cá esteja para ouvir a sentença.

Circo e vingança são as únicas coisas que daqui podem resultar, e como já foi dito, nada disso é justiça. E muito menos é direito. Conceitos que de resto não parecem de grande importância aos nossos opinadores de estimação.

E por que isto já vai longo com esta me retiro: não é que interesse a alguém, mas neste momento John Demjanjuk é inocente e assim permanecerá pelo menos até ao final do julgamento. Que aborrecimento essa coisa da presunção de inocência.

PS: Queria esclarecer uma mijadela fora do balde que encontrei na caixa de comentários: não há nem nunca houve comentários censurados no Requerimento. Através da premissa “Comentário eliminado Esta mensagem foi removida pelo autor” não se pode chegar à conclusão “ao contrário do que se faz neste blog, no meu não se apagam comentários”. Mas não devia ser um jurista ignorante a explicar a um iluminado que faz da filosofia profissão (filósofo é uma profissão?) uma coisa tão simples como esta.



Direito não é Justiça

Porque pediram uma reacção...
Porque alguns não perceberam...

Parece-me então ser a melhor altura para dizer o seguinte:

Um judeu vai colo
car um anúncio no jornal. - Gostaria de colocar uma nota fúnebre sobre a morte da minha mulher. - Com certeza, que texto quer colocar? - Apenas "Sara morreu". - Só isso? - espanta-se o interlocutor. - Sim, não quero gastar muito dinheiro. - Mas o preço mínimo permite até 6 palavras. - Ah! bom. Sendo assim, ponha: "Sara morreu. Vendo Opel Monza 94."


Oportuno, não foi? Também acho.


Ao Fernando Pessoa que aí anda a comentar, que se faz passar por 2 ou 3 gajos, com 2 ou 3 blogs, umas notas.
Gajos ignorantes de Direito como nós, estão-se a cagar para o sentido de justiça do Camus. Gajos ignorantes de Direito como nós estão-se a cagar para a ética moral. Gajos ignorantes de Direito como nós estão-se a cagar para a lógica, argumentação filosófica, falácias, factos e conclusões histórias, e toda a merda herdada dos gregos, que aliás, sempre me pareceu algo deveras rabeta.

Estou-me nas tintas se um gajo de Filosofia percebe o alcance das considerações feitas com base no Direito. Claro que não percebe, e responde com Filosofia, chocado. Seria necessário que tivesse pelo menos alguns conhecimentos de Direito, para que a discussão não fosse parva. Deste lado, seriam necessários alguns conhecimentos de Filosofia se o estivesse para aturar, mas acima de tudo falta-me a vontade, por isso assunto arrumado.

Independentemente de tudo o que se disse, este julgamento é indecente por este simples facto:

Nem o Hitler, se fosse assim encontrado, deveria ser assim julgado. Chocado fico eu, porque para algumas pessoas o Direito é olho por olho, dente por dente. Neste caso, até acho que já nem lhe resta nenhum...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Já não chega?

O suspeito antigo guarda das SS John Demjanjuk, com 89 anos, começou hoje a ser julgado em Munique pela acusação de ter colaborado, em 1943, na submissão de 27.900 judeus às câmaras de gás no campo de extermínio de Sobibor, na Polónia ocupada – no que se prevê ser o último grande processo judicial da era nazi na Alemanha.

De origem ucraniana e reformado nos Estados Unidos, onde vivia desde 1951 e trabalhara como mecânico, Demjanjuk chegou ao tribunal numa cadeira de rodas, depois de travar e perder uma batalha jurídica na Primavera passada contra o pedido de extradição feito pela justiça alemã.

Os procuradores germânicos crêem que Demjanjuk – um dos nomes de topo da lista de criminosos de guerra do Centro Simon Wiesenthal – foi um dos homens que participaram nas mortes de judeus em Sobibor, onde se crê que pelo menos um quarto de milhão de pessoas foram mortas. O arguido admite ter estado em outros campos nazis, como guarda, mas não em Sobibor, que era gerido por 20 a 30 agentes das SS e quase 150 antigos prisioneiros de guerra soviéticos.

Demjanjuk integrou o Exército Vermelho na luta contra a Alemanha nazi antes de ser capturado e recrutado como guarda de campo. Os procuradores, que devem apresentar hoje a lista de acusações e pedir uma sentença de prisão perpétua, pretendem mostrar em tribunal provas testemunhais e também documentos, incluindo um cartão de identificação, para provar que o arguido esteve em Sobibor durante pelo menos seis meses no ano de 1943.

Grupos de judeus e familiares das vítimas do campo de concentração e extermínio defendem que nunca é tarde demais para que a justiça seja feita, acolhendo este julgamento como profundamente simbólico. “Não devemos nunca cometer o erro de pensar que um caso contra um criminoso de guerra é um caso contra só um homem. Quando os sinos tocarem por John Demjanjuk estarão a soar também por todos os outros criminosos de guerra. Mesmo se não lhes provoca mais do que noites sem sono”, avaliou o rabi Marvin Hier, director do Centro Wiesenthal em Los Angeles, em declarações à agência noticiosa britânica Reuters.

John Demjanjuk foi extraditado dos Estados Unidos – país de que é cidadão naturalizado desde 1958 – para a Alemanha em Maio passado e nega veementemente ter tido qualquer colaboração na morte de judeus. Os seus familiares sustentam que se encontra frágil demais, devido a uma doença da medula óssea, para enfrentar um julgamento: “Estão a forçar o julgamento apesar da condição em que o meu pai se encontra”, lamentava o filho de Demjanjuk, em comunicado emitido esta manhã.

As audiências não deverão durar mais do que 90 minutos por dia, e por não mais do que três dias por semana , atendendo ao estado débil do arguido, explicou tribunal. Crê-se que o julgamento se prolongue até Maio próximo.

Demjanjuk fora já antes julgado em Israel – para onde foi extraditado dos Estados Unidos em 1986 – onde foi identificado como sendo um dos mais temíveis e sádicos guardas prisionais do campo de concentração de Treblinka, onde era conhecido como “Ivan, o terrível”. Foi condenado à morte em 1988, mas a sentença acabou por ser afastada quando surgiram novas provas sugerindo que um outro homem era provavelmente o malfadado “Ivan” de Treblinka.


Publico.pt



Já não chega de "bater no ceguinho"? É mesmo preciso ir ao cumulo de julgar um velho de 90 anos que se baba e se mija, num estado tão débil que tem que ir de cadeira de rodas e de maca para o tribunal? Este homem, seja um verdadeiro culpado, seja mais uma das vitimas da lavagem ao cérebro e manipulação nazis, ou mesmo da coação do regime, das quais os alemães também foram vitimas? Muita gente esquece esta parte, vitimas são os que morreram e sofreram, mas vitimas são os que carregam também, silenciosamente, este fardo e esta herança, sem culpa nenhuma, apenas porque nasceram no país tal.


Não quero com isto defender os nazis, como se observa claramente, mas sim questionar o sentido de justiça deste julgamento. Se tanto a América e a Rússia fecharam os olhos ao absorver cientistas e know-how tecnológico do Reich, se se fechou os olhos à questão ética envolvendo o uso de estudos médicos nazis que vitimaram centenas de pessoas, porque é que não deixam simplesmente esta pessoa, que nada mais é que um débil velhinho às portas da morte, morrer sem ser um centro de atenções mediático? Verdade seja dita, quando foi extraditado e quando entrou no tribunal, ele já estava condenado. Pela natureza, bem entendido. Este julgamento não vai fazer absolutamente justiça nenhuma.

Isto para mim não é mais do que duas coisas: Circo mediático e mais um "baixar as calcinhas" a Israel. E das duas, uma - ou há um momento em que isto acaba, ou vai dar bronca. Já passou mais de 50 anos, não podem ser vitimas para sempre. Não se confunda justiça com vingança (é o problema de muita gente).

Newsflash

- Tratado de Lisboa! Vocês que vão fazer Direito da União Europeia agora no 2º semestre estão bem f-lixados. O Fausto já esfrega as mãos de contente.

- Bola de Ouro para Messi - Finalmente. Agora é esperar pelo prémio da FIFA.

- A biblioteca da FDL mudou:
  • Pontos positivos: Fecha mais tarde.
  • Pontos negativos: Parece o Roma-Areeiro - Meleças em hora de ponta. E ligação à rede wifi da UL, nem vê-la. Bem que podiam colocar mais um router na biblioteca, que tal?
- O átrio da FDL assemelha-se por vezes à história dos "vendilhões no templo". Desde consultórios improvisados de estomatologia, a bancas de associações várias, o que é que falta ver no átrio da ditosa FDL? Talvez amarrar um trampolim gigante aos pilares, ganha quem conseguir atravessar o piso e aterrar na sala de estudo.

- A AAFDL agora promove aquilo que é indispensável em qualquer instituição académica - workshops de salsa. É assim que colocam nos píncaros o prestigiozinho da "nossa academia", como orgulhosamente gostam de referir.